Símbolos de Amadurecimento Interior e do Autoconhecimento

Em geral

Amadurecimento interior vem junto com harmonia interior. Por isso, símbolos de amadurecimento interior têm – em muitos casos – uma relação com quaisquer situações de tensão, as quais foram integradas por meio de reconhecimento e experiência, e agora são aceitadas na personalidade. Essas tensões ou agressões são causadas por causa de problemas, situações e posições não resolvidas (por exemplo, um conflito entre a moral e a necessidade corporal). Nos sonhos de amadurecimento (que contêm soluções para a situação), a resolução dessas tensões e agressões são muitas vezes caraterizadas por uma sublimidade religiosa e salvadora.

Não resolvido (com tensão)

Resolvido (harmonizado)

agressivo

inconsciente

escuro

agudo (estilhaçado)

caótico

nas profundezas

conciliador (harmónico)

consciente

claro

redondo

em ordem

no topo, na montanha

Floração

Flores são símbolos para o desenvolvimento das emoções.

Rosas para a Shákti

"Eu fiz buquês de rosas, cor de laranja e vermelha. Eu fiquei muito contente com os buquês, os pus numa caixa de papelão, pensando na minha companheira interior e como ela ficaria feliz." (V.)

Flores e amor para a vida

"Eu olhei para as flores da árvore (espécie: Celtis). Eu fiquei surpreendido com as flores grandes, porque eu sabia que esse espécie de árvore normalmente não tem florações tão grandes. Depois, eu encontrei um funil de folhas com lagartas dentro. Fiquei tão feliz com toda essa vida na árvore." (V.)

Ioga como caminho de desenvolvimento - uma iogini tinha o seguinte sonho:

"Era aula de ioga e eu estava ensinando alguns alunos novos no ashram de A. Cada aluno novo tinha em sua frente um buquê de flores. Eu me aproximei de cada aluno e comecei a ordenar as flores deles. Além disso, eu removi as flores que não eram bonitas, e adicionei flores frescas." (An. Lah.)

Genciana e gladíolos

"No final da aula de ioga, eu dei genciana azul e outras flores – as quais eu tinha comprado no dia anterior – para os gurus adorados. Pude ver em particular um gladíolo, com florações ainda fechadas. Eu o dei para o guru Vayuananda." (Acharya)

Regar flores mal alcançaveis

"Eu tenho a tarefa de regar flores, as quais crescem num muro ou num terraço. Em qualquer caso, elas estão tão elevadas que eu só posso alcançá-las com uma escada de mão. Primeiro, eu rego cada flor separadamente e depois todas as flores com um regador." (Ach.)

Essa flor cresce no pavimento duma estação de trem. Na minha opinião, ela é uma heroína. Acho que flores como essa também são um símbolo para pessoas que lutam, crescem e "florescem", apesar das condições hostis em que elas tem que viver - um símbolo para perseverança, resistência e a força da vida.

Frutas (e a simbologia das cores delas)

A fruta é o produto final dum processo vegetativo de evolução. Assim, ela pode simbolizar um estágio de desenvolvimento que foi completado. É uma diferença se você recebe as frutas da própria árvore ou se você recebe a fruta duma outra pessoa (= você pode provar para saber como é o sabor dessas frutas, com o convite que você mesmo poderia criar frutas desse tipo). É uma diferença se a fruta vem duma erva que cresce abaixo, ou se a fruta vem duma árvore. A árvore cresce aos céus e assim, ela é parecida com a montanha (= elevação da consciência). A erva está mais perto da terra, que representa o nosso subconsciente.

Quando lembramos a Simbologia das Cores, amarelo (áureo, dourado) é a cor da harmonia, porque é uma mistura de vermelho (emoções, instinto), azul, branco (o mental) e verde (o vegetativo). Por isso, frutas douradas (ou amarelas) sempre tiveram grande importância – da espiga dos cereais até a maçã. No ioga, áureo/ dourado é cor representante do Anahata Chacra e do Amrita, a forma mais desenvolvida da energia.

"Num planalto, cercado dumas colinas protetoras, estava sentada a comunidade do ioga. Era como um santuário ou refúgio. Absorvemos as forças do sol e da água, diretamente perceptível como energia. Em seguida, Swami Vayuananda e eu fizemos um pequeno passeio na floresta. Estava amando a todos seres vivos da natureza. Chegamos a um arbusto que produzia uvas amarelas lindas, todas as uvas tinham tamanho dum pêssego. Swami Vayuananda me mostrou como colhê-las cautelosamente, e me deu algumas para provar. As uvas tinham um sabor único, uma doçura áurea, um aroma que se espalhou da minha boca para todo o meu corpo. Essa fruta era a mais revigorante e a mais refrescante que eu havia comido em minha vida." (A.)

"Acordei cedo de manhã, estava frio no meu quarto. Assim eu fiquei na cama para meditar. Imerido na oração do coração, caí no sono novamente. Tive um sonho: com dois outros alunos eu visitei Swami Vayuananda para um encontro de oração. Vestidos de branco, nos aproximamos do altar, nos inclinamos e depois nos sentamos, fechando os olhos e imergindo a consciência no Anahata Chacra. Em seguida, Swami Vayuananda entrou na sala. Ele trouxe maçãs douradas nas mãos e deu as nos." (S.)

"Andei num caminho rural. Era verão. De repente, eu tive a impressão que no campo cresceram as frutas da minha vida. À esquerda, havia um campo de trigo com algumas áreas vazias. Lá cresciam caules de trigo, fortes e dourados, apesar de serem um pouco magros. À direita havia uma monte gigante de pedras. Eu me assustei muito com isso, porque essas eram as pedras no meu caminho de vida as quais eu ainda tinha que trabalhar." (V.)

"Vi uma árvore grande. Ela era cheia de frutas do tamanho de toranjas e da cor de limões. Mas essas frutas não eram citrinos. Não sabia de que tipo eram essas frutas. Eu fiquei muito surpreendida com essa visão, cheia de admiração. Como seria possível uma árvore produzir essa quantidade de frutas? Não havia uma única fruta danificada ou mordida de insetos, nenhuma das frutas estava imatura ou demasiadamente amadurecida. Todas as frutas tinham amadurecido da mesma forma, tinham o mesmo frescor e a mesma cor. E o que também era estranho: mesmo que a árvore estivesse carregada de tantas frutas, ela não tinha perdido uma única sequer. Não havia uma única fruta que havia caido na terra. Eu fiquei fascinada e espantada. Essa árvore era excepcional." (G.)

Parece que esse sonho e relacionado aos alunos de ioga da G. – os alunos presentes e futúros.

Pão

Fazer pão contém muitos símbolos: a massa (imatura) é transformada – por meio do calor do forno (processo de amadurecimento) – no pão dourado (produto amadurecido). Além dessa simbologia de amadurecimento, o pão também contém o símbolo do círculo. C. G. Jung deu muita importância ao símbolo do círculo. O círculo (mandala) é – de acordo com Jung – o símbolo principial do Si Mesmo. O círculo contém o familiar, o relacionado – por exemplo: círculo de amigos, círculo de conhecidos, círculo da família. Quem consegui de "arredondar" a sua personalidade fragmentada vai achar a harmonia interior.

Resumo da simbologia do pão

  • massa: branca, húmida, substância básica (imatura), energeticamente Chi ou Yin (ver acupunctura/ simbologia de Yin e Yang)

  • forno: fogo (Yang) num processo controlado de desenvolvimento

  • pão: junto com a espiga um símbolo do verão e do sol, associado à cor dourado/ amarelo. Na bíblia, o pão também é o alimento espiritual das pessoas religiosas.

A lenda da Senhora Holle

(conto de fadas dos irmãos Grimm, pode ser lido em português aqui: A Senhora Holle)

Menina de ouro: leva o pão dourado do forno e colhe as maçãs douradas (as quais amadureceram no sol quente).

Menina suja (imatura): deixa queimar o pão no forno – o pão se torna preto (preto = inconsciente). Também deixa as maçãs na macieira, assim elas apodrecem (se tornam pretas). Tanto o pão, que se torna preto quando fica no forno por muito tempo, como as maçãs que ficam no sol por muito tempo, são expostos ao calor demasiadamente grande (processo incontrolado). Assim o calor (fogo) se torna destrutivo (é, na simbologia, o calor das emoções incontroladas e da sensualidade incontrolada). No fim da história, uma chuva de pez cai na menina suja (pez = preto = inconsciente). Religiosamente, pez é associado com o inferno, ouro com os céus. Também é interessante que o nome "Holle" é relacionado com a palavra "Hölle" (alemão para " Inferno"; associado com os dentes grandes da Senhora Holle) mas também com a palavra "helle" (alemão para "claro" em sentido de luz = os céus; a Senhora Holle vive nos céus, acima das nuvens).

"Estava numa cidade que parecia ser do século passado. Eu entrei numa padaria. No balcão tinha um pão redondo. Atrás do balcão estava uma padeira que mais parecia ser uma sacerdotisa do sol. Ela tinha a habilidade de ver o futúro, por meio da força do pão. Para os fazendeiros, ela fez uma previsão de mau tempo, e eles não puderam fazer nada. Depois, uma moça quis saber o seu futúro. Com os dedos da mão, a padeira apertou no pão, fazendo um rosto com olhos, nariz e boca, assim que o pão parecia ser uma figura tradicional do sol. Depois ela fez uma previsão do futúro para a moça." (V.)

"Entrei num terraço que ficava no segundo andar, na altura das copas das árvores. Na borda do terraço tinha uma árvore muito antiga, os galhos dela até tocavam o terraço. Os galhos dela estavam cheios de frutas. Eu me aproximei e reconheci que essas frutas eram pãos dourados e brilhantes. Cheio de alegria, eu colhei um desses pãos e andei para Guru Ananda com o pão nas mãos." (C.)

Arco-íris

O arco-íris é um símbolo de perfeição, pois ele contém todas as cores. Ele também é uma ponte entre a terra e os céus.

 

© Alfred Ballabene (Viena) traduzido por Corra