Entre Sonho e Experiência fora do Corpo - Estados intermediários

Na verdade, parece que existe uma transição fluente entre uma experiência fora do corpo (EFC) num estado consciente e EFC’s num estado semi-consciente ou com interferências oníricas. Para simplificar esse termo, vou usar a abreviação EFCO aqui – "experiência fora do corpo com interferência onírica". Você raramente vai encontrar informações sobre estados intermediários entre EFC’s e sonhos na literatura, porque essas informações ajudariam todas as pessoas que não acreditam na existência das EFC’s e dizem que essas experiências são apenas sonhos lúcidos.

Nesse artigo, vou tentar explicar o mecanismo das EFCO’s em geral, e depois vou dar alguns exemplos de tipos diferentes das EFCO’s.

 

EFC’s com interferência onírica – em geral

Nesse tipo de experiência, nós estamos, na verdade, fora do corpo, mas não estamos concientes disso. Estamos num estado inconsciente ou semi-consciente, como num sonho normal. Percebemos tudo em nossa volta de uma forma alterada – o ambiente e os seres astrais são "disfarçados" com imagens oníricas, que surgem de mecanismos subconscientes. Muitas vezes, a aparência da paisagem e dos seres astrais é alterada subconscientemente, para que ela corresponda com o "filme interior" que temos nesse estado onírico. Ou ela é adaptada para que corresponda com as nossas associações individuais a uma certa caraterística ou qualidade áurica que o objeto ou a pessoa astral possui.

Um exemplo: Eu encontro uma pessoa astral que tem caraterísticas semelhantes à minha mãe. Então, o meu subconsciente interpreta essa pessoa como a minha mãe. Isso quer dizer: num estado com inteferência onírica, eu vou ver essa pessoa com a aparência da minha mãe, mesmo que não seja minha mãe.

É importante saber que essa subjetividade da nossa percepção também existe em EFC’s "normais", quero dizer, EFC’s conscientes, porque tudo nos planos astrais interage com os mecanismos psíquicos e com a simbologia. Mesmo assim, nas EFCO’s as coisas geralmente são muito mais disfarçadas com as interpretações do nosso subconsciente.

 

Existem as seguintes caraterísticas que fazem as EFCO’s diferentes dos sonhos psíquicos. Pelo menos um desses critérios deve aplicar-se para ter certeza que a experiência não é um sonho normal:

  • enredo lógico e cronológico

  • você possui um certo nível de lucidez (todos os níveis de "consciência bem rudimentar" até "quase totalmente consciente" são possíveis) e raciocínio lógico (em contraste, num sonho normal, você é movido somente por instinto ou por algum enredo, sem pensar sobre nada)

  • habilidades especiais ("mágicas"): no "sonho", você se lembra de que você já usou essas habilidades em outros "sonhos" – p. ex. voar, telecinésia, passar por matéria sólida etc.

  • "velhos amigos": no "sonho", você encontra pessoas que parecem excepcionalmente familiares e conhecidas para você, como se fossem velhos amigos, mesmo que você nunca os vi na vida. Às vezes, essa ligação com os "velhos amigos" pode ser sentido muito fortemente

 

E, contrário às EFC’s conscientes, nas EFCO’s

  • você é menos lúcido

  • você é mais introvertido

  • o ambiente parece mais como num sonho (parece "menos real" do que num estado totalmente consciente)

 

Parece que a transição entre EFC’s, EFCO’s e sonhos é fluente – um estado pode mudar para o outro. Por isso, é muito difícil distinguir os estados diferentes.

Também existem tipos diferentes de EFCO’s – às vezes, estamos inconscientemente num plano astral, e às vezes, estamos no corpo etérico e ainda muito perto do plano físico, ou até ainda na fase da dissociação do corpo físico. Nesse artigo, eu vou usar o termo EFCO para todos os estados fora do corpo – sejam viagens astrais, estados no duplo etérico, ou a dissociação – que contêm uma interferência onírica. Todos os tipos diferentes de estados fora do corpo podem conter uma interferência onírica!

Eu ainda vou explicar mais sobre os tipos diferentes das EFCO’s, mesmo que a classificação desses tipos é, mais ou menos, arbitrária (porque, como já mencionei, existe uma transição fluente). Mas eu achei que uma classificação simples poderia ser útil para distinguir diferentes estados fora do corpo que formam a base de uma certa EFCO.

 

Porque as EFCO’s são importantes?

Numa EFCO somos menos conscientes do que numa EFC típica, mas mesmo assim, não devemos desvalorizar as EFCO’s. Você pode ter experiências muito interessantes e impressionantes num estado de EFCO. Algumas das EFCO’s que eu tive eram muito importantes para mim. Às vezes, eu tive encontros com seres astrais e guias – e se eu não soubesse que existem estados com interferência onírica, eu teria descartado essas experiências como "sonhos normais" – o que não era verdade!

Especialmente no começo do meu caminho espiritual, eu tive muitas EFC’s que eu achei sonhos porque eu fiquei confusa com elementos oníricos ou ambientes estranhos que apareceram nessas EFC’s. Eu teria perdido muitas informações importantes se eu não tivesse tido uma professora de ioga que já sabia sobre esses mecanismos e os explicou para mim.

As EFCO’s podem mudar diretamente para EFC’s quando algo nos faz ganhar consciência total. O perigo é grande de que a pessoa ignora essas EFC’s somente porque, antes dessa EFC, havia esse estado confuso e quase onírico, e somente porque a pessoa não se lembra de ter saído do corpo físico conscientemente. Por exemplo, as experiências descritas abaixo em "Estados etéricos com interferência onírica" podem ser facilmente desvalorizadas como bobagem quando a pessoa não entende o mecanismo das EFCO’s.

Acho importante que não ignoramos e desvalorizamos tudo que não é uma "EFC em plena consciência". É útil saber que existem estados intermediários entre sonhos e EFC’s. Por um lado, isso faz o tema das experiêncas fora do corpo ainda mais complicado, mas por outro lado, evite confusão e dúvidas sobre EFC’s "estranhos" que a pessoa teve.

 

Viagem astral com ambiente onírica

Pode acontecer que estamos num ambiente astral, num plano perto do plano físico (pelo menos, eu acho que muitas das EFCO’s ocorrem perto do plano físico), mas estamos inconscientes. Tudo em nossa volta – ambiente, objetos, pessoas – vão ser "entrelaçados" em nosso "filme interior’, porque estamos absortos em nós mesmos. Ainda assim, esse estado não é um sonho normal, porque na EFCO claramente existe uma linha contínua de ações, sem interrupção. Às vezes, essas EFCO’s são aventurosas e emocionantes, mas em alguns casos, são bastante tediosas.

"Eu estava num prédio bem grande. Eu vi alguns amigos da escola e falei com eles. Mas depois disso, eu saí desse lugar. Quando eu tinha saido do prédio, percebi que estava numa cidade que parecia semelhante a Dresden. Eu quis ir para algum lugar o mais rápido possível, mas eu não quis esperar para o ônibus ou bonde e não tive tempo. De repente, eu me lembrei que eu fui capaz de voar, então eu decidi de me transformar simplesmente numa ave. Eu imaginei ser um falcão e comecei a voar pela cidade. Eu voei cada vez mais rápido, agora sobre o rio largo da cidade.

O vôo foi bastante divertido para mim. Depois disso, eu cheguei a uma ponte que atravessava o rio. Eu achei uma grande diversão e um bom desafio voar com alta velocidade entre os muitos pilares da ponte sem bater contra eles. Eu fiquei fascinada e entusiasmada ao descobrir que eu fui capaz de voar com tanta velocidade e manobrar para evitar os pilares com tanta facilidade – mas, houve um pilar no qual eu errei e – colidi. Tudo se tornou escuro por um momento, mas eu não senti dor e, um segundo mais tarde, eu continuei voando pelo mesmo ambiente. Mas agora a paisagem não era mais claramente visível como antes, e logo eu acordei." (Corra)

Vou tentar explicar essa EFC: parece que eu estava no corpo astral, primeiramente andando pelo lugar que eu percebi como uma cidade conhecida , e depois voando. A paisagem parecia mais onírica e vaga por causa do estado semi-consciente. Não percebi detalhes, eu não observei muito a paisagem, eu era muito mais introvertida – como é típico nas EFCO’s.

No corpo astral, é facilmente possível voar. Mas, nesse estado de EFCO, eu 'me transformei' em falcão. Eu não tive a aparência de falcão, eu ainda tive os meus membros humanos e voei com os meus braços. Mas nesse estado quase onírico, eu era convencida de que eu tive um corpo de falcão, mesmo que eu ainda pude sentir os meus braços normais.

Isso aconteceu muitas vezes e eu acho que isso é por causa de um mecanismo subconsciente: não é lógico para o subconsciente que um ser humano pode voar. Mas aves podem voar, então, para ser capaz de voar, eu inconscientemente tentei ganhar a aparência de uma ave para me convencer de que eu fui capaz de voar. Isso é típico para os estados de EFCO. Também é possível que a pessoa subconscienemente imagine um avião ou qualquer coisa que a convence que é capaz de voar.

Eu não posso dizer se as pessoas em minha volta eram seres astrais reais que, para mim, tinham a aparência de pessoas conhecidas, ou se eles somente eram um produto dos meus pensamentos. Os produtos dos pensamentos tendem a não reagir, eles são apenas "cascos" vazios. As pessoas reais tendem a reagir quando você diz alguma coisa. Elas também têm uma personalidade e uma radiação áurica, e em alguns casos, é possível sentir essa aura mesmo no estado inconsciente ou semi-consciente da EFCO. Isso quer dizer: você pode sentir que há um ser inteligente e independente nessa aparência, você sente que não é apenas um casco vazio.

 

Aqui mais alguns exemplos e explicações do ebook de Alfred Ballabene sobre EFCO’s (título "Zwischen Traum und Astralbewusstsein", não há versão portuguesa):

"Hoje, eu flutuava na calçada. Era uma sensação maravilhosa: estar ‘sentado’ no ar na altura do peito, voando em alta velocidade. Eu vi um quiosque de jornais, a entrada e a saída estavam abertas em minha direção. Eu simplesmente não quis perder a oportunidade e o divertimento, e flutuei diretamente através das portas abertas do quiosque. Educadamente, eu pedi desculpas, ao dono do quiosque e um cliente, para o meu comportamento. Eu disse que eu simplesmente não pude parar de voar dessa maneira porque a sensação era tão maravilhosa. Os dois entenderam muito bem. Eles lamentaram que eles não eram capazes de voar. Disseram que se sentiam ‘enraizados’ demais. Quando eles disseram isso, eu pude ver raízes na frente dos meus olhos, uma imaginação interior. Essa imaginação se tornou tão vívida por alguns momentos que eu totalmente bloqueei a percepção do meu ambiente."

Era típico para esse estado intermediário que houve, por um lado, um ambiente exterior que eu claramente percebi, e, por outro lado, esse ambiente era ‘sobreposto’ com pensamentos e imaginações, os quais nesse momento se tornaram mais ‘reais’ por algum tempo. Na maioria dos casos, essas imaginações não são imagens de curta duração. São mais fantasias quase oníricas que sobrepõem completamente a experiência exterior ou, pelo menos, elas mudam o significado do ambiente e o adaptam às fantasias.

"Eu me lembro de uma viagem astral com interferência onírica onde eu tinha ideias muito absurdas. Eu estava numa cidade antiga, acompanhada por uma mulher, e eu admirei as pinturas afresco e as esculturas nos prédios. Repetidas vezes, eu disse à minha companheira como a arquitetura era esplendorosa. Havia façadas excepcionalmente maravilhosas com um estilo estranho e individual – semelhante à art nouveau, com formas e esculturas arredondadas.

Por alguma razão, eu tinha a impressão que eu estivesse procurando emprego. Quando eu encontrei um homem intelectual de boa aparência, eu dei palmas nas costas dele e perguntei se ele tivesse um emprego para mim. Ele disse não e olhou, desaprovador, para o ombro onde eu tinha dado palmas.

A minha jornada pela cidade antiga me levou até uma cafeteria. Havia muita gente lá e somente poucas mesas estavam livres. Eu ainda tinha a impressão de que eu precisasse de um emprego para ganhar dinheiro. Eu me levantei da minha cadeira e passei por algumas mesas, onde eu vi uma caneta no chão. Eu imaginei que essa caneta fosse o dono da cafeteria, e toquei o chão perto da caneta com um dedo para entrar em contato. Depois disso, um cachorro passou por mim e pensou que eu fosse brincar com ele. Ele foi embora com a caneta no focinho."

Na maioria dos casos, esse tipo de "sonhos" tem as seguintes caraterísticas: o ambiente não é especialmente emocionante e, muitas vezes, chato. Não há contatos com outras pessoas, embora pode ser que um companheiro é percebido, mas ele não é visto e nós não damos muita atenção a ele. Porém, acontece muitas vezes que nós falamos com outras pessoas num tipo de monólogo, contando o que estamos vendo. Eu não estou certo se esse tipo de pessoas são imaginadas ou seres astrais reais.

Essa categoria de "sonhos" quase sempre não tem um enredo emocionante. As cenas que eu experienciei nesses estados eram, muitas vezes, somente curtas e desapareceram, existiam somente como uma fantasia, e depois, elas se transformaram num ambiente que pôde ser percebido visualmente. Eu tinha a impressão que, nesses estados, eu alternei entre sono e um estado semi-acordado.

Posso imaginar que, nesses estados, o ambiente vagamente percebido, sem ações interessantes, é chato para nós, então tentamos nos divertir por meio de imaginação de um enredo. Essas fantasias são mais estáveis, contrário à percepção instável do ambiente. Assim, essas fantasias continuam, sem muita influência dos arredores vagamente percebidos. Às vezes, eu estava mais consciente e então eu pude me lembrar das fantasias e do ambiente onírico depois que acordei.

Ocorrências semelhantes podem ser encontradas em nosso dia a dia. Muitas vezes, eu posso ver pessoas nas ruas que são obviamente absortos em linhas de pensamento – as bocas delas estão se movimentando e elas estão murmurando alguma coisa. Eles se comportam numa maneira semelhante a mim quando eu estou em um desses estados astrais-oníricos. Mas, contrário ao comportamento no "plano dos sonhos", as pessoas falando consigo mesmos nas ruas podem reganhar a concentração e estar presentes rapidamente quando seja necessário. Então, esse comportamento é normal e não interrompe o comportamento comum. Parece que, nas viagens astrais semi-conscientes com elementos oníricos, duas entidades interiores estão lutando para predominar uma a outra: por um lado, existe o desejo de ter um estado lúcido e, por outro lado, há um mecanismo subconscientemente controlado que quer manter o sono profundo.

(Ballabene)

 

Sonhos de voar/ flutuar

Você já pode achar informações sobre esse tipo de sonhos no artigo Símbolos do Corpo Etérico nos Sonhos. Mas vou mencioná-lo aqui também, porque é um estado comum de EFCO.

Nesse estado, a nossa consciência já está no corpo sutil e nós experienciamos sintomas típicos, como balançar, rolar, flutuar e cair – sintomas que ocorrem durante a separação do corpo físico. Num estado onírico e inconsciente, esses movimentos do corpo sutil são interpretados subconscientemente com símbolos diferentes, p. ex. a pessoa sonha que está num elevador, que está caindo de um prédio alto, que está num avião ou teleférico etc.

"Eu estava no elevador dum prédio alto, mas não consegui chegar ao andar desejado. Não foi possível pressionar o botão certo, porque o painel de controle foi caótico. Às vezes o elevador se movimentou muito rápido, às vezes muito lento. Nesse modo caótico, eu estive andando o elevador para cima e para baixo, para cima e para baixo … repetidamente." (S.)

"Num sonho certo, eu estava numa paisagem de florestas que estava totalmente coberta de neve. Eu estava esperando por meu irmão, mas não me lembro por quê. Curiosamente, eu percebi que eu fui capaz de saltar muito alto. Saltei repetidamente até eu estava muitos metros acima da floresta no ar frio, e tudo embaixo de mim se dissolveu numa nevasca. Depois, eu caí de volta para o chão, mas sem ferimentos. Isso aconteceu muitas vezes." (Corra)

 

Sonhos que mudam para um estado de EFC

Em alguns casos, pode ser que nós nos tornamos conscientes no fim de um sonho desse tipo (sonho de voar/ flutuar). Quando isso acontece, é possível que experienciamos como voltamos passivamente para o corpo físico. Essa mudança de um sonho para uma EFC é um argumento adicional para provar a existência de estados intermediários entre sonhos e EFC’s.

"Num sonho, eu subi uma montanha em alta velocidade, quase flutuando para cima. Então, quando eu cheguei ao topo da montanha, eu fiquei assustado demais por causa da altitude, e não fui capaz de voltar. Alguns momentos depois, eu deslizei e senti como eu caí lentamente pelo ar. Nesse exato momento, eu senti o meu corpo deitado horizontalmente, e depois, eu senti com eu flutuei para baixo, para a minha cama. Eu ouvi uns sons que pareciam como o vento. Eu acho que as minhas tentativas recentes de iniciar uma projeção astral me fazem perceber esse tipo de sensações que ocorrem durante a volta para o corpo físico." (Sn.)

"Tive algum sonho sem importância, mas num momento certo eu fiquei semi-consciente. Eu pulei do telhado dum arranha-céu, no qual eu tinha escalado antes para que eu tivesse um ponto perfeito de começar a voar. Eu estendi os braços e voei para cima. Primeiro, eu tive que me esforçar para manter um vôo linear e estável, porque eu estava balançando para um lado sem controle. Mas eu tentei continuar voando para cima. Consegui, e depois voei numa altitude de 50-60 metros em cima duma paisagem de florestas, montanhas e vales. Mas só por uns momentos, porque subitamente tudo em volta de mim se dissolveu e eu percebi que eu estava no corpo etérico – cercado de escuridão. Eu comecei a cair para o corpo físico, mas consegui de me separar do físico antes que eu fosse retirado completamente. Assim, eu era capaz de começar uma EFC curta, andando no meu quarto e depois voando para a rua." (Corra)

 

EFC’s mudando para estados oníricos

O contrário do acima mencionado pode ocorrer quando a pessoa tem uma EFC em plena consciênca, mas, durante a experiência, gradualmente perde a atenção. Nesse caso, a EFC se torna uma experiência mais onírica. Isso acontece especialmente quando a pessoa anda rápido demais e sem muita concentração pelo mundo astral. Podemos evitar isso por meio de métodos diferentes, p. ex. concentrar-se num objeto, tocar o chão, tocar o próprio corpo astral etc. Com esses métodos, a consciência pode ser ‘ancorado’ no corpo sutil.

"Eu flutuei para fora do meu corpo físico e logo que eu ficasse de pé no meu quarto, eu andei para a janela e voei para fora. O ambiente exterior tinha mudado. Eu estava num parque nacional, e eu voei em alta velocidade, sem muita atenção e concentração. Eu perdi a lucidez e os arredores começaram a obter uma aparência mais onírica, quero dizer, menos clara e menos real. De repente, eu vi as pessoas da escola. Num segundo mais tarde, estava com a turma num tipo de múseu de naves espaciais. Observamos estrelas cadentes e UFO’s (OVNI’s) no céu. Eu me perguntei se havia uma invasão de alienígenas lá fora. Depois, todas as pessoas da turma voltaram para casa, somente eu fiquei para trás e voei pelos arredores sem destino." (Corra)

 

Estado etérico (experiência no duplo etérico) com interferência onirica

Em alguns casos, pode ocorrer que a pessoa tem um ‘sonho’ que não parece ter nenhum sentido, mas nesses ‘sonhos’, ela pode claramente sentir sintomas energéticos como vibrações no corpo, calor, latejar ou agitação num chakra ou na coluna vertebral – esses sintomas podem ser sinais de atividade energética no corpo etérico ou de uma dissociação do corpo físico. Nesses casos, o sintoma energético é ‘traduzido’ para um símbolo apropriado, porque a pessoa está num estado inconsciente e então, o subconsciente tenta ‘explicar’ esses acontecimentos. É claro que, nessa ocasião, o subconsciente usa a língua simbólica comum a qual é típica para os sonhos.

Pode-se dizer que cada sonho que contém sintomas energéticos não é um sonho normal, mas é uma EFC, mesmo que talvez somente na forma da percepção do corpo etérico (isso quer dizer, a consciência da pessoa já se encontra no corpo etérico, mesmo que ainda não completamente separado do corpo físico – veja A Separação do Corpo Etérico).

Os dois exemplos abaixo podem ser explicados assim: quando o sonho com as formigas/ com a vespa começou, já havia uma atividade energética no corpo etérico, mas a pessoa ainda estava inconsciente. Então, nesse estado inconsciente e onírico, o subconsciente teve que encontrar uma ‘explicação’ para essas sensações. A vespa e as formigas, como insetos que podem picar (= explicação simbólica para as sensações de ‘picadas leves’ na superfície do corpo) eram um símbolo muito apropriado para as atividades energéticas. Essas imagens oníricas desapareceram no momento em que a pessoa acordou.

No primeiro exemplo, o sonho mudou para um estado de transe, porém, a imagem onírica da formiga ainda permaneceu na mente da pessoa. Mas, essa imagem sumiu logo e somente as atividades energéticas foram percebidas num estado etérico quase completamente consciente.

As atividades energéticas descrevidas sáo típicas: o fluxo da energia começa na base da coluna vertebral, o chakra da base lateja ou pulsa, a energia flui diretamente pela coluna, e a atividade deixa uma sensação quente (outras sensações são bem possíves também – p. ex. frio, ‘vento’ e muito mais; dependendo do estado atual da pessoa – mas, por agora, basta saber que as sensações descrevidos nos exemplos são comuns).

A formiga na coluna vertebral (Sn.)

"Eu sonhei que eu estava num campo verde, e, de alguma maneira, derrubei um cone na grama. Imediatamente, uma armada de formigas, que tinha se escondido antes, saiu de um buraco em grande número. Eu entrei em pânico instantaneamente, e a armada de formigas me cercou em segundos. As formigas andaram nos meus sapatos, rapidamente alcançaram as minhas pernas, as coxas. Então elas alcançaram à minha área privada, e eu soube que agora eu tive um grande problema. Eu entrei ainda mais em pânico e tentei me livrar delas, mas já era tarde demais.

Eu senti as formigas entrar no pavimento pélvico. Depois, algumas formigas andaram para a minha coluna vertebral, e agora eu pude sentir eles diretamente no cóccix.

Nesse momento eu já estava acordando lentamente, mas as sensações de ‘formigas andando’ permaneceram. Eu estava cercado de escuridão e num estado de transe muito profundo, e eu senti essa formiga, que tinha o tamanho de um seixo, subindo por toda a coluna vertebral. Isso durou cerca de 5 segundos, mas eu senti que ela andou pela coluna com facilidade.

Então, quando eu ainda estava deitado na cama acordado, mas num transe profundo, a travessia da formiga deixou uma sensação persistente, e essa sensação se tornou um calor na coluna. Eu senti calor em toda a coluna vertebral, do cóccix até à nuca. Ao mesmo tempo, eu percebi outra coisa. Senti uma contração suave e latejante no períneo. Essa área contraiu 7-8 vezes e, depois que tinha percebido isso, também senti outra sensação no cóccix – uma pulsação semelhante à batida do coração. Então senti três sensações: o cóccix pulsando, o períneo contraindo, e a coluna vertebral quente. Isso permaneceu por alguns minutos. Eu nunca senti uma coluna quente antes."

 

No segundo exemplo, o estado onírico também muda para um estado de transe, em que o corpo etérico é percebido energeticamente. As sensações não são muito diferentes do exemplo anterior; o fluxo da energia começa na base da coluna vertebral. As sensações de formigamento e latejar não são incomuns como sintoma pré-EFC: o fluxo intenso da energia no corpo etérico causa, por fim, a separação do corpo físico, e então, começa uma EFC em plena consciência.

A vespa na coluna vertebral (Corra)

"Eu tive um sonho estranho, em que uma vespa estava na minha camiseta. A vespa voou contra a minha coluna vertebral, repetidamente, e eu tentei ficar calma porque eu estava com medo de que ela pudesse picar. Isso durou alguns segundos, e cada vez que a vespa colidiu com a minha coluna, eu senti um tipo de sensação latejante e de formigamento exatamente na vértebra contra qual a vespa colidiu. A vespa começou fazer isso na base da minha coluna e subiu gradualmente, então ela saiu do colarinho e sumiu.

Eu percebi que estava deitada na minha cama. O sonho com a vespa tinha terminado, mas eu senti que a coluna vertebral inteira formigou intensamente, do cóccix até ao crânio, e então, uma sensação latejante se espalhou pela coluna inteira. Era como se alguém estivesse ‘tamborilando’ com os dedos na minha coluna para me acordar. A intensidade aumentou até, de forma súbita, eu fui catapultado para fora do meu corpo físico. Eu estava flutuando no meu quarto, acima do meu corpo físico, e eu percebi que estava numa EFC."

© 2019 Corra & Ballabene (Vienna) traduzido por Corra